MANHWA: UMA JANELA PARA A CULTURA COREANA
Manhwa: Uma Janela Para a Cultura Coreana
Quando falamos sobre a popularização da cultura da Coreia do Sul é inevitável não mencionar o K-Pop e os K-Dramas como a porta de entrada que leva muitos jovens estrangeiros a se interessarem pelos mais diversos aspectos culturais do país. No entanto, uma casa não é feita apenas de portas, podemos também encontrar o caminho pulando uma janela. E entre as diversas janelas da Hallyu vamos tratar aqui das histórias em quadrinhos, mais especificamente do manhwa.
Manhwa (만화) é o termo utilizado na Coreia para designar as revistas de história em quadrinho em geral, no exterior o nome refere-se especificamente aos quadrinhos sul-coreanos. Ele se equivale ao mangá (quadrinhos japoneses) e ao manhua (quadrinhos chineses), tanto em suas definições quanto em sua origem, baseada na influência da arte clássica asiática de gravuras sequenciais, datadas do século X e usadas na divulgação dos preceitos do budismo.
Porém, apesar das equivalências, há uma grande diferença entre as revistas coreanas e seu respectivo japonês: o manhwa não é lido da direita para a esquerda como no mangá, ele segue o modelo de leitura ocidental, da esquerda para a direita, uma vez que o sistema de escrita coreano é linear e acompanha tal sentido de leitura.
O primeiro manhwa no estilo moderno foi publicado na Coreia em 1909, pelo manhwaga Lee Doyeong e intitulado ‘Sabhwa’ (삽화). Já a grande disseminação das histórias em quadrinhos coreanas aconteceu entre os anos 70 e 80, quando o mercado das revistas emergiu no país, visando primeiramente o público infantil, passando para o público feminino no começo da década de 90 e posteriormente para o masculino.
O Manhwa na Indústria do Entretenimento
Os manhwas são fonte de inspiração para a criação de muitos dramas, filmes e até mesmo jogos. Entre as influências em filmes, podemos destacar o famoso ‘Priest’ (프리스트) de Hyung Minwoo, do gênero horror e fantasia sombria, que ganhou uma adaptação cinematográfica em 2011, nos Estados Unidos. ‘Priest’ tem 16 volumes e foi publicado de 1998 a 2007 pela Daiwon C.I.
No plano dos jogos destaca-se ‘Ragnarök’ (라그나로크), criado por Lee Myungjin e publicado a partir de 1995, com 10 volumes lançados até o momento. Este serviu de inspiração para o desenvolvimento do Ragnarök Online em 2002, um “jogo de interpretação de personagens online e em massa para múltiplos jogadores” (MMORPG), onde milhares de jogadores são capazes de criar personagens em um mundo virtual simultaneamente. Foi o primeiro jogo online sul-coreano a ser exportado para outros países e se tornar um fenômeno.
Na televisão a lista é maior, os manhwas são os responsáveis pela origem de diversos K-Dramas de sucesso internacional como:
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A Man Called God - Park Bongsung.
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Bichunmoo - Kim Hyerin
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DaeMul (Big Fish) - Park Inkwon.
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Full House - Won Sooyeon.
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Gaksital (Bridal Mask) - Huh Youngman
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Goong: Palace Story - Park Sohee
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Gourmet - Huh Youngman.
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Iljimae - Ko Wooyung.
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The Kingdom of The Winds - Kim Jin.
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Sad Love Story - Ji Sangsin
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Tamra: Love The Island - Park SoHee
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Tazza - Huh Youngman.
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War of Money (Money Warfere) - Park Yikwon.
O Manhwa no Brasil
O primeiro manhwa a ser publicado no Brasil foi ‘Chonchu - O Guerreiro Maldito’, de Lee Sungjae e Kim Byungjin, em julho de 2004, pela Conrad Editora. Ainda nesse ano a mesma editora publicou ‘Ragnarök’ de Lee Myungjin e a partir disso foi responsável por lançar ‘Angry’, ‘Gui’, ‘Model’, ‘Dangu’, entre outros. As editoras Savana, Lumos, NewPOP e Panini Comics também investiram na distribuição de obras sul-coreanas. Confira a lista dos manhwas lançados no Brasil:
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Aflame Inferno - Lim Dalyoung
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A Noiva do Deus da Água - Yun Mikyung
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Angry - Yoo Kyunwon
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Ark Angels - Park Sangsun
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Che: Uma Biografia - Kim Yonghwe
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Chonchu - Lee Sungjae e Kim Byungjin
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Dangu - Park Joonki
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Gui - Kim Younoh
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Kil-Dong - Oh Sekwon
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Model - Lee Soyoung
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O Mensageiro de Banya - Kim Youngoh
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Planet Blood - Kim Taehyun
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Priest - Hyung Minwoo
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Ragnarök - Lee Myungjin
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Tarot Café - Park Sangsun
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The Breaker - Jeon Geukjin
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Veritas - Yoon Joonsik
Texto : Lara Rodrigues
Imagem : http://bit.ly/1WHzitl
Revisão e edição de texto : Priscila Chung
- Arquivo em anexo