Comunicado

KOREAN CULTURAL CENTER

  • Comunicado
  • No Brasil
  • Livro do mês
  1. [AGOSTO/2025] Como Tigres na Neve
    Como Tigres na Neve já está disponível para leitura e empréstimo em português na biblioteca do Centro Cultural Coreano. O empréstimo do livro em coreano estará disponível a partir do dia 5 de setembro de 2025. Saiba mais sobre o uso da biblioteca   AUTORA Kim, Juhae TRADUTORA Esteche, Alessandra EDITORA Melhoramentos SOBRE O LIVRO “Este romance, que apresenta o tigre, símbolo da independência coreana, está prestes a trilhar um futuro grandioso.” — Pável Bassínski (escritor e jurado do Prêmio Yasnaya Polyana)   Aclamado por mais de 40 grandes veículos da mídia de língua inglesa, incluindo The Times e The New York Times. Publicado em 14 países e em processo de adaptação para uma série por uma plataforma de streaming global.   Com um prólogo intenso que mostra o confronto entre um tigre e um homem, Como Tigres na Neve apresenta uma história grandiosa, onde personagens de desejos opostos se entrelaçam pelo fio do destino em uma época caótica. Em 1917, durante a ocupação japonesa da Coreia, nas montanhas cobertas de neve em pleno inverno, um caçador faminto que perseguia presas para sobreviver salva um oficial japonês de um ataque de tigre. A partir desse encontro, suas vidas se conectam de forma inevitável, e se desenrola uma narrativa que atravessa meio século.   Comparado às obras de Tolstói por sua amplitude e profundidade narrativa, este romance foi elogiado por mais de 40 veículos da mídia de língua inglesa e traduzido para 14 idiomas, levando a história da Coreia a leitores de todo o mundo. A obra foi finalista do Prêmio Literário da Paz de Dayton, concedido a obras que promovem a paz, e indicado a outros três prêmios literários. Em 2024, conquistou o prestigiado Prêmio Yasnaya Polyana na categoria de literatura estrangeira, tornando-se aclamado na Rússia, o berço de grandes clássicos da literatura.   Com descrições tão vívidas que parecem cenas diante dos olhos, a obra transporta o leitor diretamente para o coração da antiga Gyeongseong (atual Seul). Muitos leitores descreveram o livro como “uma obra de arte expressa em palavras” e chegaram a compartilhar seus elencos ideais para uma futura adaptação. Agora, com a produção audiovisual em andamento, cresce a expectativa sobre como essa história belíssima será retratada nas telas.   Fonte: Kyobo Book     [SOBRE A AUTORA] Nascida em 1987, em Incheon, Juhae Kim mudou-se aos nove anos com a família para Portland, no estado de Oregon, nos Estados Unidos. Ela estudou História da Arte na Universidade de Princeton e é fundadora e editora da revista online Peaceful Dumpling, que aborda vida sustentável e literatura ecológica. Sua trajetória literária começou em 2016, com a publicação do conto “Body Language” na revista britânica Granta. Desde então, ela escreveu contos, ensaios e críticas literárias para diversos veículos, como Slice e The Independent. Seu conto futurista “Biodome”, ambientado em uma Coreia do Sul do futuro, está atualmente em processo de adaptação para uma série de TV. Juhea também traduziu para o inglês o conto “The Biggest House on Earth”, do falecido autor coreano Choi In-ho. Seu romance de estreia, Como Tigres na Neve, é uma obra grandiosa, escrita ao longo de seis anos, que apresenta a história da Coreia, um pequeno território com uma história vasta, em uma narrativa de épica. Desde pequena, Juhae cresceu escutando sobre as histórias do avô materno, que participou da luta pela independência da Coreia, e então passou a encarar a história coreana como parte de sua própria vida. Com essa herança familiar, escreveu um romance que, ao mesmo tempo em que apresenta a Coreia ao público internacional, levanta reflexões sobre como podemos viver de forma significativa em um mundo marcado por destruição ambiental, guerra e fome. O prólogo do livro, que começa com a história de um caçador, foi escrito ainda em 2016. Na época, Juhae havia deixado o emprego numa editora e vivia num apartamento modesto em Manhattan, sustentando-se apenas com suas economias enquanto escrevia. Em um dia de forte nevasca, enquanto corria em um parque, a imagem de um caçador caminhando pela paisagem coberta de neve surgiu em sua mente. Ao chegar em casa, sentou-se imediatamente à escrivaninha e escreveu a primeira versão do romance de uma só vez. Em 2021, Como Tigres na Neve foi finalmente lançado, sendo aclamado como “uma obra ao estilo de Tolstói” e imediatamente escolhido como o livro do mês pela Amazon. Foi ainda eleito um dos melhores livros de 2021 por revistas como Real Simple, Harper’s Bazaar, Ms. Magazine e Portland Monthly. O livro foi destaque como leitura recomendada em mais de 40 veículos nos Estados Unidos, incluindo The Times. Desde então, os direitos da obra foram vendidos para mais de dez países. Em setembro de 2022, foi finalista do Prêmio Literário da Paz de Dayton, concedido a obras que promovem a paz mundial. Atualmente, Juhae Kim vive em Portland, onde escreve seu segundo romance e continua engajada em atividades de preservação ambiental. Fonte: Kyobo Book   [RESENHA DA EDITORA COREANA]   “Esta é uma história que conhecemos bem e que o mundo precisa conhecer ainda mais.”  Uma narrativa sobre a dor de um povo que teve sua terra tomada, mas que sobreviveu com dignidade — lutando e amando.   Em 2021, no vasto território americano, a escritora coreano-americana Juhae Kim surpreendeu o mundo ao lançar Como Tigres na Neve, seu romance de proporções épicas que narra a história da pequena Coreia. O livro narra a luta pela independência da Coreia e os intensos anos de ocupação japonesa, por meio das vidas de pessoas que foram arrastadas pelos ventos da história. A autora desperta, por meio de uma galeria rica de personagens, valores humanos universais como o amor, a empatia e a compaixão, que podem unir a humanidade. Segundo Juhae Kim, “esta não é apenas uma história sobre coreanos que viveram há cerca de cem anos em uma terra pequena e distante. É uma história sobre a humanidade como um todo.” A autora cresceu escutando de sua mãe sobre a história do avô, que lutou ao lado de Kim Gu no movimento de independência da Coreia, portanto considera-se que talvez fosse inevitável que seu romance de estreia tivesse como pano de fundo esse período histórico. Com uma narrativa que remete aos grandes clássicos de Tolstói, Como Tigres na Neve é uma leitura envolvente tanto para quem aprecia narrativas históricas quanto para aqueles que buscam histórias de amor comoventes — uma obra-prima a ser desfrutada por leitores de todas as idades e gêneros. Em um momento em que o mundo inteiro se encanta com a cultura coreana, como por Parasita e o K-pop, é especialmente significativo que essa “nossa história”, originalmente escrita em inglês, agora retorne ao seu país de origem traduzida com esmero. A edição em coreano conta ainda com uma mensagem especial da autora dedicada aos leitores coreanos e recebeu atenção especial para preservar a beleza da língua materna.   Sinopse Inverno de 1917, nas montanhas geladas da província de Pyeongan. Um caçador, enfrentando o frio extremo e a fome, acaba salvando um oficial japonês de um ataque de tigre. Esse encontro muda o rumo de suas vidas e dá início a uma narrativa que atravessa meio século. Caçadores, soldados, gueixas, gângsteres, estudantes, empresários, revolucionários — vidas conturbadas que se cruzam, se perdem e se reencontram, todas entrelaçadas pelo fio invisível do destino. Essas histórias costuram, com beleza e intensidade, o tecido histórico da Península Coreana. Fonte: Kyobo Book   [RESENHA DA EDITORA BRASILEIRA] UMA HISTÓRIA ÉPICA DE AMOR, GUERRA E REDENÇÃO TENDO COMO PANO DE FUNDO O MOVIMENTO DA INDEPENDÊNCIA COREANA. "Uma ficção histórica diferente, que ruge com vida." – Entertainment Weekly Como tigres na neve acompanha os destinos entrelaçados de uma jovem vendida para uma escola de cortesãs e o filho pobre de um caçador, em uma narrativa notável por sua força vigorosa e ainda mais impressionante por se tratar do romance de estreia de Juhea Kim. Ao adotar o conceito de inyeon – fio humano – para tecer uma bela história, na qual o acaso, a fortuna e o destino são costurados pela turbulência dos eventos históricos ocorridos na península coreana durante o século XX, Kim entrega um livro espetacular, imersivo e elegante, que nos revela um mundo onde amigos se tornam inimigos, inimigos se tornam heróis, heróis são perseguidos e feras podem assumir as mais diversas formas. Fonte: Martins Fontes Paulista  
  2. [JULHO/2025] Coelho Maldito
    Coelho Maldito já está disponível para empréstimo em português na biblioteca do Centro Cultural Coreano.  O empréstimo do livro em coreano estará disponível a partir do dia 5 de agosto de 2025. Saiba mais sobre o uso da biblioteca   AUTORA Chung, Bora TRADUTOR Sung, Hyo Jeong EDITORA Alfaguara SOBRE O LIVRO Obra finalista do Prêmio Booker International 2022   Uma das obras de ficção coreana mais comentadas em 2022 na Coreia do Sul, a coletânea de contos de horror, ficção científica e fantasia Coelho Maldito, da escritora Chung Bora, ganha uma nova edição integralmente revisada pelo Rabbit Hole, selo da editora Influential.   O conto-título Coelho Maldito, inspirado no “caso da explosão da cabeça do Bolinho”, teve parte do final restaurada de acordo com sua versão criativa original, refletindo fielmente a intenção da autora de manter viva a fúria cortante e de tornar evidente o contexto das pessoas que não têm em que se apoiar.   A ficção de Chung Bora “não é bonita”. Os 10 contos da coletânea apresentam facetas ásperas, insanas e grotescas. São histórias sobre desejos e traições, escolhas tolas e impulsos homicidas, repletas de personagens raivosos. E ainda assim, ao acompanhar cada narrativa, o leitor é conduzido a uma estranha sensação de prazer e consolo. Coelho Maldito justapõe livremente a realidade cruel e o fantástico grotesco, convidando os leitores a um espaço estranho dentro da rotina familiar.   Fonte: Kyobo Book     [SOBRE A AUTORA] Chun Bora se formou pelo Departamento de Humanidades da Universidade Yonsei, obteve o mestrado em Estudos da Rússia e da Europa Oriental na Universidade Yale e concluiu o doutorado em Literatura Russa e Literatura Polonesa na Universidade de Indiana. Ao estudar língua russa na universidade, a autora se apaixonou por romances estranhos de autores que ninguém conhece na Coreia. Ela ama histórias sombrias e mágicas, e narrativas de mulheres que lutam para sobreviver em um mundo injusto e violento. Em 1998, ela venceu o Prêmio de Cultura de Yonsei com o conto “A Cabeça”*. Com Coelho Maldito, Bora foi finalista do Prêmio Booker International em 2022, e no ano seguinte tornou-se a primeira autora coreana a ser finalista do Prêmio Nacional do Livro dos EUA na categoria de literatura traduzida. Em 2024, Utopia* teve sua versão em inglês publicada e foi selecionado como livro do ano de 2024 pela revista semanal americana Time, e, em janeiro de 2025, foi nomeado para o Prêmio Philip K. Dick. Chung Bora é autora de várias coletâneas de contos, como Coelho Maldito, Criaturas da Terra* e Ninguém Saberá*, e de romances, como O Sonho dos Mortos*, Quando a Noite Chega* e Nós*. Fonte: Kyobo Book (*) Os títulos das obras ainda não publicadas no Brasil estão em tradução livre.   [RESENHA DA EDITORA COREANA] “Não se deve produzir nem usar objetos de maldição para interesses pessoais. Essa era a regra da minha família, que vinha produzindo esse tipo de objeto havia gerações. O coelho tinha sido a única exceção.” (Chung, 2023, p.7) “Penso nisso mais como ação e reação do que como vingança. Cada ação humana é acompanhada inevitavelmente de uma reação de igual intensidade e direção oposta. Se há uma regra, essa é a regra”, afirma Bora Chung em entrevista.[SV1]  O livro de contos de horror, ficção científica e fantasia Coelho Maldito, da autora Bora Chung, que teve seus direitos de tradução vendidos para vinte países, incluindo China, Taiwan, Japão, França e Espanha, retorna em 2023 — o ano do coelho — com uma edição completamente revisada. Para minimizar o período em que o livro estaria indisponível, a nova edição foi lançada rapidamente, mas ainda assim passou por um intenso processo de revisão e aprimoramento, com trabalho prévio da autora, refinando toda a obra. As histórias de Bora Chung, que utilizam os formatos de vários contos populares, lendas, fábulas e mitos, arrepiam como os contos assustadores que ouvíamos na infância, mas atraem o leitor com uma intensidade irresistível. Alguns relatos chegam a ser descritos como “assustadores a ponto de tirar o sono” (Lee Jong-san). A autora constrói portas dimensionais que levam a mundos desconhecidos dentro de paisagens cotidianas familiares, e nos convida a atravessá-las. À frente dessas portas, somos guiados por um narrador de rosto gentil segurando uma placa que diz “Bem-vindos ao mundo de Chung Bora”, e, assim, entramos de bom grado em caminhos sombrios e caímos em armadilhas. Quando as reviravoltas ocultas aparecem, sentimos calafrios ou, ao percebermos as feridas dos personagens, sentimos empatia pela profunda tristeza deles. Acima de tudo, os contos de Bora Chung “não são bonitos”. Cada uma das dez histórias incluídas em Coelho Maldito possui um lado áspero, insano e grotesco. São pessoas cheias de desejo, que traem, tomam decisões tolas e demonstram intenções assassinas. Porém, ao acompanharmos suas histórias, chegamos a uma compreensão que vai além do interesse. Dizem que “os humanos são mais assustadores que fantasmas”. Podemos realmente dizer que essas histórias são mais cruéis que o mundo em que vivemos hoje? Para nós, que sobrevivemos a notícias diárias chocantes e casos não resolvidos, essas histórias distorcidas oferecem um estranho prazer e consolo. A palavra-chave de Coelho Maldito é “vingança”. Contudo, muitas vezes não está claro quem é o inimigo a ser vingado, e mesmo após a vingança, ninguém parece encontrar felicidade - esse é outro traço distintivo da obra. O presidente da cervejaria que espalhou rumores maldosos para destruir um concorrente (Coelho Maldito), o marido hipócrita que pregava uma “vida alternativa” (Lar, Doce Lar*), o homem dominado pela ganância que levou sua família à tragédia (A Armadilha*) — todos acabam em uma destruição extrema. À primeira vista, pode parecer satisfatório, mas os castigos recebidos são meramente consequências de seus próprios atos, e não há garantia de recuperação para os feridos. A maldição lançada pela vingança retorna e a violência abre as portas para uma catástrofe compartilhada com novo custo. Chung Bora afirma: “Não há uma lição ou mensagem especial que eu queira transmitir com o livro todo. Coelho Maldito é uma coletânea de contos de horror fantástico. Esse gênero pertence à literatura popular, que existe não para ensinar ou instruir, mas para entreter.” No entanto, ao abrir este livro, nos deixamos levar pela diversão de um mundo estranho e arrepiante, e acabamos nos deparando com o desespero afiado de quem estende as garras àquele que o feriu, bem como com a firme coragem de seguir em frente sobre um mundo em ruínas. Fonte: Kyobo Book (*) Os títulos das obras ainda não publicadas no Brasil estão em tradução livre.   [RESENHA DA EDITORA BRASILEIRA] Os contos presentes em Coelho maldito, livro finalista do International Booker Prize, transitam entre realismo mágico, folclore, horror, ficção científica e fantasia, partindo de elementos insólitos para narrar histórias assombrosas que tocam em temas profundamente reais. A coletânea é a primeira obra de Bora Chung, uma das mais notáveis escritoras sul-coreanas da atualidade, publicada fora da Coreia. Em uma família cujos negócios consistem em criar objetos de maldição, o avô relembra um episódio envolvendo um amigo de infância e um abajur amaldiçoado em formato de coelho. Uma gestante precisa encontrar um pai para o filho o mais rápido possível, e evitar que a criança sofra consequências terríveis. Despertando no completo escuro após sofrer um acidente, uma professora confia na única coisa que tem por perto para levá-la de volta à luz: uma voz desconhecida. As dez histórias que compõem Coelho maldito partem de imagens grotescas, assombrosas e incômodas para tratar, por meio de um olhar aguçado e impiedoso, da humanidade e da condição feminina. Uma das mais proeminentes escritoras sul-coreanas da atualidade, Bora Chung usa elementos fantásticos e surreais para refletir sobre os horrores e crueldades do patriarcado e da sociedade capitalista contemporânea. “Com a linguagem concisa e eficaz de Chung, é impossível parar de ler.” - Tor.com Fonte: Companhia das Letras
  3. [JUNHO/2025] Sobre Minha Filha
    Sobre Minha Filha já está disponível para leitura e empréstimo em português na biblioteca do Centro Cultural Coreano. O empréstimo do livro em coreano estará disponível a partir do dia 5 de julho de 2025. Saiba mais sobre o uso da biblioteca   AUTORA Kim, Hye-Jin TRADUTOR Hyo, Jeong Sung EDITORA Fósforo SOBRE O LIVRO A história de uma mãe e uma filha que precisam viver e enfrentar o presente, em vez de um futuro distante!   Sobre Minha Filha é o 17º livro da coleção "Jovens Escritores do Hoje", que destaca novas vozes da literatura sul-coreana com forte apelo literário, diversidade e originalidade. Kim Hye-jin, reconhecida por seu estilo direto e firme ao retratar o sofrimento silencioso dos mais vulneráveis, aborda em sua obra a violência do ódio e da exclusão vivida por muitas mulheres.   Ex-professora do ensino fundamental. Meu marido faleceu devido a uma doença. Agora, “eu” trabalho como cuidadora em um asilo para idosos sem família. Moro na mesma casa que minha filha, que é lésbica, e a namorada dela. Como se não bastasse encontrar a namorada da minha filha dentro de casa, minha filha também sai para protestar em apoio aos colegas que foram demitidos da universidade por causa da homossexualidade. Eventualmente, até mesmo as pessoas que protestam com ela começam a entrar e sair de casa.   “Eu” não posso aceitar que minha filha, que é muito educada e inteligente, viva uma vida de protestos nas ruas e seja ignorada pelas pessoas, então direciono minha raiva à parceira dela. Enquanto isso, sinto que vejo meu próprio futuro em Jen, a paciente de quem cuido. Jen não tem família e sua consciência está debilitada. Mesmo diante da insistência do asilo em transferi-la para um hospital mais barato, continuo cuidando dela com dedicação. Porém, tanto em casa quanto no trabalho, sou pressionada a tomar uma posição e me afundo em uma profunda angústia...     [SOBRE A AUTORA] Nasceu em 1983, em Daegu. Em 2012, começou a publicar suas obras após vencer o Prêmio de Literatura para Novos Escritores do Dong-A Ilbo com "Chicken Run". Em 2013, venceu o 5º Prêmio de Literatura de Romance do JoongAng com o romance Central Station e, em 2018, recebeu o Prêmio de Literatura Shin Dong-yup pelo romance "Sobre Minha Filha". Em 2021, a autora venceu o 12º Prêmio Jovens Escritores. Fonte: Kyobo Book   [RESENHA DA EDITORA COREANA] "Vocês podem se tornar uma família? Como podem se tornar uma família? Podem registrar o casamento? Podem ter filhos?" "Você não acha que são pessoas como você, mãe, que nos impedem disso?" O romance de formação de uma mãe que, como cuidadora de idosos sem família, se depara com um mundo de ódio e exclusão, enquanto é mãe de uma filha lésbica.   Uma escritora que escreve de dentro, não de fora O romance Sobre Minha Filha, de Kim Hye-jin, foi publicado na série "Os Jovens Escritores de Hoje" da editora Minumsa. A obra apresenta a história de mulheres expostas à violência do ódio e da exclusão. A protagonista, "eu", sua filha e a namorada da filha começam a morar juntas por razões financeiras. A mãe, que sempre quis desviar o olhar da vida privada da filha, se vê "exposta" a ela, enquanto sua filha já vive em constante conflito com o mundo. À medida que essa convivência desconfortável continua, o cotidiano da mãe toma um rumo inesperado. Kim Hye-jin é reconhecida por sua escrita singular, sendo elogiada por retratar a dor silenciosa dos marginalizados "não a partir de um olhar externo que os objetifica, mas de um olhar interno que os encara diretamente", e por sua "linguagem sóbria e persistente". Seu romance Central Station, que narra o amor entre um casal de sem-teto, expressou a dureza de uma vida sem chão por meio de frases secas e minimalistas, criando um "canto dos pobres" com uma nova sensibilidade. Já a coletânea de contos Eobi, que aborda a vida sem saída de jovens marginalizados, foi aclamada como "um olhar firme que encara as injustiças da sociedade" e foi finalista do Prêmio Literário Kim Jun-seong. Sobre Minha Filha compartilha com seus trabalhos anteriores a visão crítica sobre as injustiças da sociedade coreana. No entanto, ao retratar com uma linguagem afiada e cenas carregadas de tensão o mecanismo de violência direcionado aos elos mais fracos da sociedade, como pessoas LGBTQ+ e idosos sem família, o romance expõe de forma crua os padrões duplos enraizados dentro de nós. Além disso, ao acompanhar a trajetória da mãe em busca da "melhor compreensão possível" sobre sua filha queer, a autora mostra como os limites e as possibilidades da empatia entram em conflito e se desenvolvem mutuamente. Esse olhar para o outro é uma das principais conquistas literárias de Kim Hye-jin. A história da mãe "Por que minha filha, entre todas as pessoas, tinha que gostar de mulheres? Ela me impõe um problema que outros pais jamais precisariam pensar ou enfrentar na vida, me pressionando como se dissesse: ‘Quero ver você superar isso’!” Ela é uma ex-professora do ensino fundamental. Seu marido faleceu devido a uma doença. Trabalha em um asilo para idosos e mora com sua filha e a namorada da filha. Para cuidar da filha, abandonou cedo a carreira de professora e passou a trabalhar com o que encontrasse: aplicação de papel de parede, motorista de transporte escolar, vendedora de seguros, cozinheira em um refeitório. Viveu imersa em um ciclo interminável de trabalho. Nunca esperou que sua filha tivesse uma vida extremamente bem-sucedida, mas essa realidade inesperada lhe é difícil de aceitar. Ao longo da obra, a mãe não cessa seus monólogos sobre si mesma, sua filha, o futuro e a vida.   A história de Green e Lane "Não foi você, mãe, que disse que existem muitos tipos de pessoas no mundo? Que cada um tem seu próprio jeito de viver? Que ser diferente não significa ser ruim? Então por que essas palavras nunca se aplicam a mim?" Green e Lane são os nomes pelos quais a filha da narradora e sua namorada se chamam. Elas estão juntas há sete anos. Green é professora adjunta em uma universidade e participa de um protesto contra a demissão arbitrária de colegas docentes. Envolvida na luta contra o tratamento injusto dado a minorias sexuais, sua vida se transformou em uma constante oposição ao mundo e suas normas. No entanto, uma sociedade presa a preconceitos e estereótipos, que escuta apenas o que quer ouvir e vê apenas o que quer ver, não dá ouvidos à história delas.   A história de Jen "Como posso explicar por que me identifico com essa mulher, amarrada à cama, sem saber para onde será levada? Será que eu e minha filha também seremos castigadas no fim da vida, condenadas a aguardar a morte como ela?" Jen é a idosa que a narradora cuida no asilo. Quando jovem, estudou no exterior e trabalhou ajudando crianças coreanas adotadas internacionalmente. Ao retornar à Coreia, dedicou-se a apoiar trabalhadores migrantes. Agora, com demência, vive no asilo. Mesmo tendo investido sua "preciosa força, dedicação, coração e tempo da juventude" ajudando desconhecidos, encontra-se completamente sozinha na velhice. Embora tenha pago uma quantia considerável para estar ali, sua condição de idosa sem família a coloca à mercê da instituição, que quer transferi-la para um asilo mais barato visando o lucro. A vida de Jen foi inteiramente dedicada aos marginalizados, mas, ironicamente, ninguém cuida dela agora. A narradora vê a si mesma refletida em Jen. A história de Jen expõe criticamente o papel que as mulheres idosas ocupam na sociedade coreana.   Enredo A protagonista, “eu”, mãe de uma filha única, convido minha filha para morar comigo depois dela perder sua moradia. No entanto, a minha filha se muda junto com sua namorada. Como se não bastasse encontrar a namorada da minha filha dentro de casa, minha filha também sai para protestar em apoio aos colegas que foram demitidos da universidade por causa da homossexualidade. Eventualmente, até mesmo as pessoas que protestam com ela começam a entrar e sair de casa. “Eu” não posso aceitar que minha filha, que é muito educada e inteligente, viva uma vida de protestos nas ruas e seja ignorada pelas pessoas, então direciono minha raiva à parceira dela. Enquanto isso, sinto que vejo meu próprio futuro em Jen, a paciente de quem cuido. Jen não tem família e sua consciência está debilitada. Mesmo diante da insistência do asilo em transferi-la para um hospital mais barato, continuo cuidando dela com dedicação. Porém, tanto em casa quanto no trabalho, sou pressionada a tomar uma posição e me afundo em uma profunda angústia... Fonte: Kyobo Book   [RESENHA DA EDITORA BRASILEIRA] Neste romance comovente da sul-coreana Kim Hye-jin, a protagonista, uma cuidadora de idosos, é uma mulher exemplar aos olhos da sociedade. Viúva de um casamento dentro dos padrões, criou a filha para seguir as tradições — casar, formar uma família e desfrutar de uma casa própria e um bom salário — e não perturbar seus planos de aposentadoria sem sobressaltos. Mas tudo sai do eixo quando Green se assume lésbica e, sem emprego fixo ou renda para pagar o aluguel, volta para a casa da mãe com a namorada. Envolta em culpa e arrependimentos, a mãe encara a situação de modo pouco generoso, inclusive consigo mesma. E a sua rotina também não é capaz de oferecer outro repertório que não o do julgamento e da rigidez, já que passa os dias em um ambiente de trabalho insalubre, entre farelos de bolinho na boca, pernas esqueléticas dos doentes, diarreia, brotoejas, fraldas, cheiro de urina, unhas mal cortadas etc. Mesmo habituada ao sacrifício, essas imagens contrastam com a “comida aconchegante” que a namorada de Green prepara, o ambiente acadêmico que frequentam e a casa simples em que moram. Mas até onde a filha realmente se distanciou do projeto de vida que a mãe sonhou pra ela? Enquanto Green luta contra a homofobia na universidade em que atua como professora horista, a mãe entra num embate contra os métodos desumanos de administração da clínica em que trabalha. Se o choque de gerações afasta, a partilha de certos valores une as duas. Sobre minha filha é um romance profundamente honesto a respeito da intensidade dos laços de família, mas não só. Conhecida por retratar de forma compassiva o sofrimento silencioso dos oprimidos, Kim Hye-jin traça um panorama da classe média sul-coreana e evidencia a falta de mobilidade social de uma sociedade que vê seus índices de pobreza aumentando a cada dia. Nela, viver com dignidade é em si só tarefa árdua, que exige que mãe e filha superem as diferenças e o ressentimento para acolher uma à outra. Fonte: Fósforo Editora
  4. [MAIO/2025] Atos Humanos
    Atos Humanos já está disponível para leitura e empréstimo em português na biblioteca do Centro Cultural Coreano. O empréstimo do livro em coreano estará disponível a partir do dia 5 de junho de 2025. Saiba mais sobre o uso da biblioteca   AUTORA Han, Kang TRADUTOR Kim, Ji Yun EDITORA Todavia SOBRE O LIVRO Vencedor do Prêmio Manhae (2014) e do Prêmio Malaparte (2017), Atos Humanos conquistou leitores em mais de 20 países, tornando-se um dos romances mais impactantes dessa era.   Escrita por Hang Kang, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2024, esta obra recebeu aclamação da crítica: The New York Times descreveu-a como “uma leitura hipnotizante, de ressonância universal e profunda”, enquanto The Guardian a classificou como “um romance chocante e provocador sobre a história e a essência da humanidade”. O crítico literário Shin Hyeong-cheol afirmou: “Este é o livro que transcende a própria Han Kang.” Ao explorar “a estrutura da dor” em sua narrativa única, Han Kang revisita os eventos de maio de 1980 sob uma nova perspectiva. Suas palavras, carregadas de sinceridade e emoção, parecem dar voz às almas inocentes que partiram, lançando perguntas profundas àqueles que vivem no pós-18 de maio. Atos Humanos exemplifica a literatura de Han Kang, que parte de uma narrativa profundamente coreana e ressoa com leitores de todo o mundo. Este romance, que simultaneamente testemunha a brutalidade e a grandeza da humanidade, transcende tempo e espaço, reafirmando a universalidade da história humana e o desejo urgente de restaurar a dignidade que nunca deveria ter sido violada.   [SOBRE A AUTORA] Han Kang nasceu em novembro de 1970. Formou-se em Literatura Coreana pela Universidade Yonsei e, em 1993, publicou poemas na revista Literatura e Sociedade, o que marcou o início da sua carreira literária. No ano seguinte, ela venceu o Prêmio de Novos Escritores do Seoul Shinmun com o conto "Red Anchor", dando início à sua trajetória como escritora. Ao longo de sua carreira, recebeu prêmios literários de prestígio, incluindo o Prêmio Literário Manhae, o Prêmio Literário Hwang Sun-won, o Prêmio Literário Dong-ri, o Prêmio Literário Yi Sang, o Prêmio Jovens Artistas do Hoje e o Prêmio de Literatura Coreana. Em 2007, seu romance A Vegetariana ganhou destaque internacional após ser publicado em inglês e ter sido amplamente elogiado pela imprensa, incluindo o The New York Times. Em 2016, tornou-se a primeira escritora sul-coreana a vencer o Man Booker International Prize, aumentando o reconhecimento global de sua obra, que explora temas como a violência humana e a dignidade. Seu romance Atos Humanos, vencedor do Prêmio Manhae, teve os direitos de tradução vendidos para 20 países, fortalecendo a presença da literatura coreana no cenário mundial. Em 2023, seu romance Sem Despedidas* foi premiado com o Prêmio Médicis de Literatura Estrangeira, uma das quatro principais premiações literárias da França. Han Kang fez história ao se tornar a primeira escritora sul-coreana a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 2024. *O livro será lançado no Brasil em maio de 2025 pela editora Todavia. Fonte: Kyobo Book   [RESENHA DA EDITORA COREANA] “Uma história impossível de esquecer, mesmo após fechar o livro” “O mês de maio que nunca terminou – uma canção dolorosa para as almas que não puderam florescer” Atos Humanos retrata, com precisão histórica e uma escrita densa e meticulosa característica de Han Kang, os acontecimentos do Massacre de Gwangju, ocorrido entre 18 e 27 de maio de 1980, e as cicatrizes deixadas naqueles que sobreviveram. Dongho, um garoto de quinze anos do ensino fundamental, testemunha a morte de seu amigo Jeong-dae. Abalado, ele passa a ajudar na administração dos corpos no ginásio da prefeitura. Todos os dias, ele recebe os mortos que chegam ao local e acende velas para confortar suas almas silenciosas. Entre os cadáveres que, em seu silêncio fúnebre, parecem lançar um novo grito de protesto, ele revive incessantemente a cena brutal da morte de seu amigo. Enquanto protestava, Jeong-dae foi atingido por uma bala disparada pelo exército e acabou falecendo. Sua irmã, Jeong-mi, que trabalhava para sustentar a família após abandonar a escola, também desaparece naquele fatídico maio, selando um destino trágico para os irmãos. O grito sufocado de Jeong-dae simboliza a angústia de vidas interrompidas e de famílias destroçadas pela violência de um Estado implacável. Na época, diz-se que o governo fez uso de 800 mil balas para conter os 400 mil habitantes de Gwangju. Apesar do medo e da repressão, a força que levou até mesmo crianças e adolescentes às ruas foi a “consciência pura e temível”. Unidos, eles formaram a “mais grandiosa e sublime pulsação do coração humano”, conectando-se através de um imenso e valente “sistema circulatório da consciência”. Por meio das histórias de Dongho e de outras vítimas do massacre, o romance expõe as tragédias da história moderna da Coreia do Sul. Para aqueles que sobreviveram, a vida se tornou um fardo insuportável, marcada por humilhação e dor interminável – feridas que, décadas depois, continuam abertas. Entre os sobreviventes no livro há Kim Eun-sook, que era uma estudante do ensino médio na época do massacre. Mais tarde, ela abandonaria a universidade – onde os protestos contra o líder militar Chun Doo-hwan dominavam o cotidiano – para trabalhar como editora em uma pequena editora, enfrentando censura e sendo brutalmente agredida durante interrogatórios. Há também Im Seon-ju, expulsa da fábrica de costura onde trabalhava por se envolver em atividades sindicais e que, após se juntar ao movimento no ginásio da prefeitura, sofreu torturas tão cruéis que teve problemas de saúde contínuos. O livro também apresenta Kim Jin-su, um estudante universitário que, após ser preso, foi submetido a torturas inimagináveis e, incapaz de superar o trauma, acabou tomando uma decisão irreversível. Com uma narrativa intensa e implacável, Han Kang denuncia a brutalidade estatal e questiona a repetição histórica da crueldade humana, que persiste não apenas na Coreia, mas em todo o mundo.   “Agora espero que você vá me levando. Espero que me leve para o lado claro, para o lado onde a luz ilumina, para o lado onde as flores desabrocham”   Em Atos Humanos, Han Kang resgata as vozes daqueles que foram silenciados, reconstruindo, com esforço e delicadeza, suas histórias de dor e resistência. A autora reflete sobre o peso de sobreviver e o fardo de carregar feridas que nunca cicatrizam. Ao caminhar sob as árvores no fim de um verão abafado e úmido, a autora diz ter se surpreendido ao lembrar de Dongho, que nunca conseguiu atravessar aquele verão e que jamais veria outro amanhecer. E, diante dessa lembrança, a autora nos desafia a refletir com urgência e compaixão: o que podemos oferecer a essas vítimas? Como podemos responder a sua dor? No silêncio dos “túmulos cobertos de neve” onde descansam as vítimas do 18 de maio, a pequena chama acesa por Han Kang ilumina a memória de Dongho e de tantas outras vítimas que não puderam florescer. Que essa luz traga, enfim, um pouco de calor a um mundo tão marcado pela injustiça. Fonte: Kyobo Book