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Manhwa: Quadrinhos coreanos são fonte de arte e cultura

01 Junho 2017 | 6859 Hit

Por que nem só de K-pop e dramas, a Coreia do Sul é conhecida


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“Let’s Fight Ghost” de Im In-Seu, famoso WebToon que serviu de adaptação para o drama de mesmo nome

 

Manhwa (만화) é o termo usado para designar as histórias em quadrinhos na Coreia do Sul. Assim como o mangá japonês e o manhua chinês, os quadrinhos coreanos são fortemente influenciados pela arte clássica da Ásia, e costumam abordar temas como a história do país, seja através de uma lenda, folclore ou crendices típicas.

            Mas engana-se quem pensa que eles são apenas mais uma forma de entretenimento. A luta contra o colonialismo japonês, a intervenção militar dos EUA, a Guerra das Coreias e muitos outros acontecimentos têm sido acompanhados de perto pelos quadrinhos coreanos, que em meio a essas turbulências forneciam consolo e esperança para a população da época.

            No sentido da leitura, os manwhas seguem a mesma sequência de leitura usada no ocidente. Um quadrinhista de manhwa é chamado de Manhwaga (만화가), são muitos talentos que, influenciados pelos quadrinhos modernos do resto do mundo, criaram suas próprias identidades, desenvolvendo uma grande variedade de gêneros, temas e estilos.

            Nos desenhos, os personagens possuem as feições do rosto mais exageradas, enquanto o corpo assume proporções mais reais, sendo quase sempre bem esbeltos. Já os cabelos são mais reais quando comparados aos dos mangás japoneses.

            Outro aspecto importante a ser destacado nos manhwas é a grande participação de mulheres em sua produção. Na verdade, quase metade dos artistas de quadrinhos atualmente são do sexo feminino.

            Para se ter uma dimensão da popularidade dos manhwas, é possível encontrar nas cidades coreanas várias "Manhwabangs", espécie de loja 24 horas, onde as pessoas se sentam, leem quadrinhos e pagam por hora.

            Com o advento das novas tecnologias surgiram os WebToons – designação destinada a caracterizar quadrinhos coreanos de distribuição online, diferente da versão impressa onde os desenhos são em preto e branco, os WebToons são coloridos, e hoje em dia alguns possuem até sons e efeitos especiais. Eles narram uma história que vai além da narrativa, com uma pintura única que oferece uma gama de particularidades da cultura coreana, com histórias de fantasia e ação passando para o romance, drama, entre outros.

            Raramente são produzidas versões animadas dos manhwas, mas é muito comum a adaptação para dramas e filmes, gerando muitos títulos de sucesso. Em 2006, um drama baseado no manhwa “Goong", foi produzido e transmitido na rede de televisão coreana MBC, o drama foi um dos mais populares da época, ganhando diversas adaptações.

 

Manhwas famosos:

 

“Let’s Fight Ghost" (싸우자 귀신아) de Im In-Seu - Famoso WebToon lançado entre 2007 e 2010, que conta a história de um garoto de 17 anos que tem a habilidade de ver, ouvir e tocar fantasmas e que em busca de algum dinheiro extra acaba se tornando um exorcista profissional. Em um de seus trabalhos ele enfrenta um fantasma e acidentalmente algo acontece e os dois passam a viver juntos e a desvendar mistérios. Recentemente a história foi adaptada para a televisão, com os atores Taecyeon (integrante do grupo 2PM) e a atriz Kim Sohyun nos papéis principais.

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O romance “Goong” de Park So-Hee


“Goong" () de Park So-Hee - Nesse romance situado em um mundo alternativo que tem como cenário a Coreia moderna, Shin Chae-kyung é uma garota normal que descobre que terá que se casar com o príncipe da Coreia, o jovem Lee Shin, devido a uma promessa feita por seu avô e o antigo rei. Forçada a se casar com Shin e a morar no palácio para aprender as tradições e rituais, seu único conforto parece ser a garantia de que Shin irá se divorciar caso ela não consiga se adaptar à vida de princesa, mas o que eles não esperavam é que ambos fossem se apaixonar.

 

“Ragnarök” (라그나로크) de Lee Myung-Jin - Publicado originalmente entre 1998 e 2001. A série, de 20 volumes é baseada em elementos da mitologia nórdica e que conta a história, do guerreiro Chaos que perdeu a memória e não se lembra de quem é, Chaos na verdade é a reencarnação de Balder, o deus da luz e que cumprirá a profecia do Ragnarök, o “apocalypse dos deuses”. Em 2002, o manhwa inspirou um jogo chamado Ragnarök Online. Com um sistema de RPG multiplayer, o game já está presente de maneira oficial em 19 países, incluindo o Brasil.

 

Texto: Alérison Carvalho

Revisão: Centro Cultural Coreano

Imagens:

1:https://www.mono-rama.com/wp-content/uploads/2016/05/MANHWA-924x640.jpg

2:https://www.mono-rama.com/wp-content/uploads/2016/07/Bring_It_On_Ghost_cover-627x376.png

3: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/8/89/Ragnarök_1.jpg

*Esse texto foi elaborado em sua totalidade pelo Repórter Honorário da Cultura Coreana, não tendo ligação direta com a opinião do Centro Cultural Coreano.

Arquivo em anexo