Manhwa: Quadrinhos coreanos são fonte de arte e cultura
Por que nem só de K-pop e dramas, a Coreia do
Sul é conhecida
“Let’s
Fight Ghost” de Im In-Seu,
famoso WebToon que serviu de adaptação para o drama de mesmo nome
Manhwa (만화) é o termo usado
para designar as histórias em quadrinhos na Coreia do Sul. Assim como o mangá
japonês e o manhua chinês, os quadrinhos coreanos são fortemente
influenciados pela arte clássica da Ásia, e costumam abordar temas como a
história do país, seja através de uma lenda, folclore ou crendices típicas.
Mas
engana-se quem pensa que eles são apenas mais uma forma de entretenimento. A
luta contra o colonialismo japonês, a intervenção militar dos EUA, a Guerra das
Coreias e muitos outros acontecimentos têm sido acompanhados de perto pelos
quadrinhos coreanos, que em meio a essas turbulências forneciam consolo e esperança
para a população da época.
No
sentido da leitura, os manwhas seguem a mesma sequência de leitura usada no
ocidente. Um quadrinhista de manhwa é chamado de Manhwaga (만화가), são muitos talentos que, influenciados pelos quadrinhos
modernos do resto do mundo, criaram suas próprias identidades, desenvolvendo
uma grande variedade de gêneros, temas e estilos.
Nos
desenhos, os personagens possuem as feições do rosto mais exageradas, enquanto
o corpo assume proporções mais reais, sendo quase sempre bem esbeltos. Já os
cabelos são mais reais quando comparados aos dos mangás japoneses.
Outro
aspecto importante a ser destacado nos manhwas é a grande participação de
mulheres em sua produção. Na verdade, quase metade dos artistas de quadrinhos
atualmente são do sexo feminino.
Para
se ter uma dimensão da popularidade dos manhwas, é possível encontrar nas
cidades coreanas várias "Manhwabangs", espécie de loja 24
horas, onde as pessoas se sentam, leem quadrinhos e pagam por hora.
Com o advento das novas tecnologias
surgiram os WebToons – designação destinada a caracterizar quadrinhos
coreanos de distribuição online, diferente da versão impressa onde os
desenhos são em preto e branco, os WebToons são coloridos, e hoje em dia alguns possuem até sons e efeitos
especiais. Eles narram uma história que vai além da narrativa, com uma
pintura única que oferece uma gama de particularidades da cultura coreana, com
histórias de fantasia e ação passando para o romance, drama, entre outros.
Raramente
são produzidas versões animadas dos manhwas, mas é muito comum a adaptação para
dramas e filmes, gerando muitos títulos de sucesso. Em 2006, um drama
baseado no manhwa “Goong", foi produzido e transmitido na rede de
televisão coreana MBC, o drama foi um dos mais populares da época, ganhando
diversas adaptações.
Manhwas
famosos:
“Let’s Fight Ghost" (싸우자 귀신아) de Im In-Seu - Famoso WebToon lançado entre 2007 e 2010, que conta a história de
um garoto de 17 anos que tem a habilidade de ver, ouvir e tocar fantasmas e que
em busca de algum dinheiro extra acaba se tornando um exorcista profissional.
Em um de seus trabalhos ele enfrenta um fantasma e acidentalmente algo acontece
e os dois passam a viver juntos e a desvendar mistérios. Recentemente a
história foi adaptada para a televisão, com os atores Taecyeon (integrante do
grupo 2PM) e a atriz Kim Sohyun nos papéis principais.
“Goong" (궁) de Park So-Hee - Nesse
romance situado em um mundo alternativo que tem como cenário a Coreia moderna,
Shin Chae-kyung é uma garota normal que descobre que terá que se casar com o
príncipe da Coreia, o jovem Lee Shin, devido a uma promessa feita por seu avô e
o antigo rei. Forçada a se casar com Shin e a morar no palácio para aprender as
tradições e rituais, seu único conforto parece ser a garantia de que Shin irá
se divorciar caso ela não consiga se adaptar à vida de princesa, mas o que eles
não esperavam é que ambos fossem se apaixonar.
“Ragnarök”
(라그나로크) de Lee Myung-Jin - Publicado originalmente entre 1998 e 2001. A série, de 20 volumes
é baseada em elementos da mitologia nórdica e que conta a história, do
guerreiro Chaos que perdeu a memória e não se lembra de quem é, Chaos na
verdade é a reencarnação de Balder, o deus da luz e que cumprirá a profecia do
Ragnarök, o “apocalypse dos deuses”. Em 2002, o manhwa inspirou um jogo chamado
Ragnarök Online. Com um sistema de RPG multiplayer, o game já está
presente de maneira oficial em 19 países, incluindo o Brasil.
Texto: Alérison Carvalho
Revisão: Centro Cultural
Coreano
Imagens:
1:https://www.mono-rama.com/wp-content/uploads/2016/05/MANHWA-924x640.jpg
2:https://www.mono-rama.com/wp-content/uploads/2016/07/Bring_It_On_Ghost_cover-627x376.png
3: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/8/89/Ragnarök_1.jpg
*Esse texto foi elaborado em sua totalidade
pelo Repórter Honorário da Cultura Coreana, não tendo ligação direta com a
opinião do Centro Cultural Coreano.
- Arquivo em anexo