Por que visitar

As pessoas na maioria das vezes estão à procura de peculiaridades. O diferente exerce atração. Essas peculiaridades manifestam-se fortemente no campo cultural e a sociedade busca explorá-las. Uma forma de exploração é realizada pelo setor do turismo, este, dentre outros meios, utiliza os elementos singulares de um lugar para estimular nas pessoas o desejo de viajar, demonstrando a possibilidade de entrarem em contato com o ambiente cultural de um povo.

O turismo ainda pode fazer uso de lugares diferentes para mostrar aspectos culturais característicos de um território – neste caso, a Coreia do Sul. Expressões culturais de um povo podem estar presentes em lugares diferentes, pois a cultura é criada por pessoas e estas podem levá-la consigo, e muitas vezes, recriá-la no novo local em que estão. Este caso pode ser observado na região do Bom Retiro, que recebeu um forte fluxo de imigrantes coreanos.

O bairro apresenta-se como um bom lugar para as pessoas poderem imergir um pouco mais na singularidade da cultura coreana, caso não possam viajar para a Coreia.

O Brasil recebeu (por volta dos anos 60 à 80), um grande fluxo de imigrantes da Coreia do Sul, e, com o passar do tempo a maioria deles se estabeleceram no bairro do Bom Retiro. Essa colônia de imigrantes imprimiu no lugar seu legado cultural, e hoje é possível que visitantes desfrutem de elementos desta cultura em vários locais do bairro como, restaurantes, lojas, mercearias, padarias, igrejas, karaokês, centro cultural entre outros.

É comum, na paisagem do bairro, notar nas fachadas dos empreendimentos informações escritas na língua coreana. Algumas lojas de roupas possuem vitrines com roupas tradicionais da Coreia, e os restaurantes oferecerem a genuína gastronomia coreana - a preços razoáveis - além de parte da população que passa pelas ruas tem fisionomia asiática.

O bairro também é muito movimentado devido ao comércio de roupas da Rua José Paulino - famosa por atrair pessoas interessadas em compras no atacado, mas que também vende por varejo – onde, grande parte das lojas pertencem a coreanos ou a descendentes.

Todos esses elementos fazem com que o Bom Retiro figure como um lugar adequado para quem tem interesse em imergir mais na cultura coreana. O artigo acadêmico “De judeus a coreanos: uma análise das imigrações no bairro do Bom Retiro (SP) e o uso do legado para o turismo”, produzido por alunas do curso de turismo da Universidade de São Paulo, trata essa questão mais a fundo, e leva em conta também outras culturas que influenciaram a formação do bairro.

Através do turismo, é possível criar nesta região condições de interação entre o visitante interessado na cultura coreana e a população detentora desta cultura. Uma forma simples de interação é a realização de roteiros turísticos ou mesmo simples passeios no local. Na internet há diversas informações dos locais que podem ser visitados, além de possuir fácil acesso por transporte público. O bairro possui também influências de outras culturas, que associadas à coreana, torna a visitação ainda mais única. Por tratar-se de uma região central e que não tem muito da sua estrutura voltada para a recepção turística é importante ficar atento à segurança, andar em grupo, evitar chamar atenção e guardar bem os objetos pessoais, como celulares.

Atualmente estão em pauta discussões de projetos voltados à revitalização desta área e que, caso sejam planejados e realizados corretamente, podem futuramente contribuir para melhorar a estrutura de visitação.

Texto: Kennya Rayane

Imagens: L.S.Macedo (http://www.panoramio.com/photo/81625277)

*Esse texto foi elaborado em sua totalidade pelo Repórter Honorário da Cultura Coreana, não tendo ligação direta com a opinião do Centro Cultural Coreano.

Referências: SILVA, A; CARVALHO, B; FAUSTINO, D; SANTOS, K. De judeus a coreanos: uma análise das imigrações no bairro do Bom Retiro (SP) e o uso do legado para o turismo. Disponível em < https://drive.google.com/file/d/0B9uHP8-yZz_8aFhkZVVyM043SXM/view?usp=sharing>. Acesso em: 24 mar. 2017.  CHOI, Keum Joa. Imigração coreana na cidade de São Paulo. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 40, p. 233-238, jan. 1996. Disponível em: <&lt;http://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/73166/76774&gt>. Acesso em: 24 fev. 2017.

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