Seminário Educação e Língua Coreana atrai mais de 500 pessoas no Centro Cultural Coreano
Público
acompanhou ao vivo e online dicas e informações sobre como é estudar na Coreia
Influenciados pelo amor pelo K-Pop ou pela
paixão pelos dramas coreanos, milhares de brasileiros procuram cada dia mais
escolas, associações e professores para aprender o tradicional Hangul, o
alfabeto fonético e sistema nativo para o coreano criado durante a Dinastia
Joseon.
Pensando neles, aconteceu no dia 02 de julho, o "Seminário
Educação e Língua Coreana", no Centro Cultural Coreano, organizado
pela ONG Inovar Educação. A proposta
do seminário foi abrir espaço para que os interessados pudessem ouvir de quem
ensina ou vive na Coreia, dicas e informações sobre o sistema de educação
coreano que tem atraído tanto as pessoas.
Uma das convidadas a falar sobre o tema foi
Cho Hena, que pode ter se formado em odontologia, mas é no seu canal Hey
Unnie com mais de 4.000 inscritos, que explica de forma descontraída termos
complicados do coreano. Vinda de
Curitiba especialmente para o evento, ela destacou que trouxe "pontos de percepções diferentes de
cada professor" e questionada sobre qual a maior dificuldade para o
brasileiro no momento do aprendizado, ela foi categórica na resposta: "A
diferença cultural! Como este conceito cultural é diferente, a concepção do
brasileiro para aceitar uma língua diferente gramaticalmente também é
diferente. Quando a gente aprende uma língua nova como o coreano, a gente
precisa aprender todo este contexto cultural primeiro, para depois entender o
significado de cada palavra, cada vocabulário e suas expressões, para poder
explorar totalmente o idioma."
Ela também deixou claro que cerca de 50% das pessoas que começam a
estudar coreano, o fazem apenas por causa da paixão pelas músicas de K-Pop ou
pelos dramas, mas acabam desistindo. "Isso me assustou muito no começo,
mas depois fui percebendo que por outro lado isso cria um incentivo muito
grande nos alunos, o que é muito bom". Para finalizar, ela deixou
claro que precisa de muita dedicação e "mergulhar de cabeça"
para aprender o idioma.
Outro convidado ilustre foi o Youtuber Henrique
Teixeira, que possui o canal De Prosa com a Coreia, com mais de 30
mil inscritos além de possuir um blog também. Recém chegado da Coréia, onde é
professor de português e é casado com uma coreana, ele contou de forma
descontraída sua história, destacando que foi para o país sem muito
conhecimento do idioma, o que dificultou sua adaptação e o motivou a montar um
canal de dicas a respeito. Muito preocupado em esclarecer que ir para lá não é
como nos dramas, ele fez questão de enumerar os principais pontos importantes
para quem tem vontade de ir para lá estudar, mas os principais foram que se o
sonho é aprender o idioma a pessoa não deve ir para Seul, pois como principal
cidade do país, o número de estrangeiros nas faculdades é enorme e o inglês
acaba se sobrepondo à dificuldade de falar o coreano no dia a dia; e que fazer
amigos coreanos que não estudem com você ajudará muito, uma vez que nos estudos
os coreanos são extremamente competitivos, ter amigos somente de estudos pode
comprometer o aprendizado. Muito feliz e surpreso em participar de um evento
deste porte, ele ressaltou que "Diferente de 10 ou 15 anos atrás a
informação está mais democrática e acessível. Por causa da internet as pessoas
estão tendo muito mais informação, facilitando o acesso ao idioma
coreano".
Para ele, "Você pode sim se apaixonar
pela cultura, pela música, pelas novelas, mas deve ter o pé no chão para saber
que quando você está lá e precisa se virar, estudar e trabalhar, você não vive
na TV. A realidade fala mais alto."
A professora Aileem Nakamura, começou em
2010 a ensinar coreano online, fez uma pausa para viajar e em 2014 voltou a
lecionar presencialmente e hoje possui o site Aprendendo Coreano. Ela
destacou que "Na época que comecei
tinha muito interesse por causa do K-Pop", mas hoje, com a internet tem
"aumentado exponencialmente". Para quem encara aprender Hangul
como a maior dificuldade para falar coreano, na verdade "O Hangul é a parte mais fácil do coreano, se
você aprender isso, aí sim chega a parte mais difícil que é a gramática, mas se
você for para a Coreia e souber apenas as expressões, sem saber ler, tudo bem
também. Dá para se comunicar." Para falar coreano rápido, ela de novo
citou que a internet tem vários recursos que auxiliam e aceleram o processo.
Outro ponto que ela destacou foi que as empresas coreanas que estão vindo para
cá devem investir mais no ensino do idioma para ter funcionários capacitados,
porém ela destacou: "Não só o
idioma, mas para entender o costume da hierarquia coreana dentro da empresa,
porque não é a mesma coisa do brasileiro. Esses tipo de empresas poderiam, sim,
incentivar mais este tipo de encontro, pois é favorável a para própria empresa deles".
Fechando
o evento com chave de ouro, Yun Jung Im, professora do curso de Coreano
da FFLCH USP, veio trazer a sua experiência com o idioma e com as pessoas que
se interessam pelo mesmo. Na palestra dela, ela defendeu que como em tudo na
vida, o aprendizado está baseado na força de vontade e dedicação da pessoa e
destacou que isso também pode ser feito através de um curso especifico como
Letras, onde não só o Coreano é lecionado, mas outros idiomas que podem abrir
portas para quem quiser seguir profissionalmente como professor ou se
aperfeiçoar. Muito importante no cenário acadêmico, a professora é bem
conhecida no meio como difusora da cultura e tradições coreanas.
Ao
final do evento, Bruno Kim da ONG Inovar Educação, idealizador do
evento, dividiu conosco que eram esperadas de 100 a 200 inscrições, mas que
mais de 500 pessoas se inscreveram, sendo no total 200 pessoas presencialmente
e mais de 300 pessoas online, pois o evento foi transmitido online. Ele
justificou o grande interesse: "Os
estudantes de coreano tem interesse, há demanda para eventos deste tipo, e nós
queremos ajudar as pessoas a irem atrás de seus sonhos".
A
parceria com o Centro Cultural Coreano
foi decisiva para transformar um bate papo de amigos, num evento maior e partiu
de uma recomendação do presidente da ABEC Associação Brasileira de Educação
Coreana, nascendo assim uma iniciativa de muito sucesso.
Para
quem se interessou vale consultar o calendário de novas turmas do Centro
Cultural Coreano e aproveitar a tal internet para acessar os sites e canais dos
palestrantes, abaixo:
Henrique
Teixeira - https://www.youtube.com/user/DeProsaNaCoreia
Aileem
Nakamura - http://www.aprendendocoreano.net/p/autora.html
Cho
Hena - https://www.youtube.com/channel/UCQfEBW0uKP4caGHi87yj_TQ
Yun
Jung Im professora do curso de Coreano da FFLCH USP
Texto: Branca
Galdino
Revisão: Centro
Cultural Coreano
Imagem: Branca
Galdino
*Esse texto foi elaborado em sua totalidade pelo
Repórter Honorário da Cultura Coreana, não tendo ligação direta com a opinião
do Centro Cultural Coreano.
- Arquivo em anexo