Comunicado
[JULHO/2025] Coelho Maldito
- Post Date01 Jul 2025
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Coelho Maldito já está disponível para empréstimo em português na biblioteca do Centro Cultural Coreano.
O empréstimo do livro em coreano estará disponível a partir do dia 5 de agosto de 2025.
Saiba mais sobre o uso da biblioteca
AUTORA | Chung, Bora |
TRADUTOR | Sung, Hyo Jeong |
EDITORA | Alfaguara |
SOBRE O LIVRO | Obra finalista do Prêmio Booker International 2022
Uma das obras de ficção coreana mais comentadas em 2022 na Coreia do Sul, a coletânea de contos de horror, ficção científica e fantasia Coelho Maldito, da escritora Chung Bora, ganha uma nova edição integralmente revisada pelo Rabbit Hole, selo da editora Influential.
O conto-título Coelho Maldito, inspirado no “caso da explosão da cabeça do Bolinho”, teve parte do final restaurada de acordo com sua versão criativa original, refletindo fielmente a intenção da autora de manter viva a fúria cortante e de tornar evidente o contexto das pessoas que não têm em que se apoiar.
A ficção de Chung Bora “não é bonita”. Os 10 contos da coletânea apresentam facetas ásperas, insanas e grotescas. São histórias sobre desejos e traições, escolhas tolas e impulsos homicidas, repletas de personagens raivosos. E ainda assim, ao acompanhar cada narrativa, o leitor é conduzido a uma estranha sensação de prazer e consolo. Coelho Maldito justapõe livremente a realidade cruel e o fantástico grotesco, convidando os leitores a um espaço estranho dentro da rotina familiar.
Fonte: Kyobo Book
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[SOBRE A AUTORA]
Chun Bora se formou pelo Departamento de Humanidades da Universidade Yonsei, obteve o mestrado em Estudos da Rússia e da Europa Oriental na Universidade Yale e concluiu o doutorado em Literatura Russa e Literatura Polonesa na Universidade de Indiana. Ao estudar língua russa na universidade, a autora se apaixonou por romances estranhos de autores que ninguém conhece na Coreia. Ela ama histórias sombrias e mágicas, e narrativas de mulheres que lutam para sobreviver em um mundo injusto e violento.
Em 1998, ela venceu o Prêmio de Cultura de Yonsei com o conto “A Cabeça”*. Com Coelho Maldito, Bora foi finalista do Prêmio Booker International em 2022, e no ano seguinte tornou-se a primeira autora coreana a ser finalista do Prêmio Nacional do Livro dos EUA na categoria de literatura traduzida. Em 2024, Utopia* teve sua versão em inglês publicada e foi selecionado como livro do ano de 2024 pela revista semanal americana Time, e, em janeiro de 2025, foi nomeado para o Prêmio Philip K. Dick.
Chung Bora é autora de várias coletâneas de contos, como Coelho Maldito, Criaturas da Terra* e Ninguém Saberá*, e de romances, como O Sonho dos Mortos*, Quando a Noite Chega* e Nós*.
Fonte: Kyobo Book
(*) Os títulos das obras ainda não publicadas no Brasil estão em tradução livre.
[RESENHA DA EDITORA COREANA]
“Não se deve produzir nem usar objetos de maldição para interesses pessoais. Essa era a regra da minha família, que vinha produzindo esse tipo de objeto havia gerações. O coelho tinha sido a única exceção.” (Chung, 2023, p.7)
“Penso nisso mais como ação e reação do que como vingança. Cada ação humana é acompanhada inevitavelmente de uma reação de igual intensidade e direção oposta. Se há uma regra, essa é a regra”, afirma Bora Chung em entrevista.[SV1]
O livro de contos de horror, ficção científica e fantasia Coelho Maldito, da autora Bora Chung, que teve seus direitos de tradução vendidos para vinte países, incluindo China, Taiwan, Japão, França e Espanha, retorna em 2023 — o ano do coelho — com uma edição completamente revisada. Para minimizar o período em que o livro estaria indisponível, a nova edição foi lançada rapidamente, mas ainda assim passou por um intenso processo de revisão e aprimoramento, com trabalho prévio da autora, refinando toda a obra.
As histórias de Bora Chung, que utilizam os formatos de vários contos populares, lendas, fábulas e mitos, arrepiam como os contos assustadores que ouvíamos na infância, mas atraem o leitor com uma intensidade irresistível. Alguns relatos chegam a ser descritos como “assustadores a ponto de tirar o sono” (Lee Jong-san).
A autora constrói portas dimensionais que levam a mundos desconhecidos dentro de paisagens cotidianas familiares, e nos convida a atravessá-las. À frente dessas portas, somos guiados por um narrador de rosto gentil segurando uma placa que diz “Bem-vindos ao mundo de Chung Bora”, e, assim, entramos de bom grado em caminhos sombrios e caímos em armadilhas. Quando as reviravoltas ocultas aparecem, sentimos calafrios ou, ao percebermos as feridas dos personagens, sentimos empatia pela profunda tristeza deles.
Acima de tudo, os contos de Bora Chung “não são bonitos”. Cada uma das dez histórias incluídas em Coelho Maldito possui um lado áspero, insano e grotesco. São pessoas cheias de desejo, que traem, tomam decisões tolas e demonstram intenções assassinas. Porém, ao acompanharmos suas histórias, chegamos a uma compreensão que vai além do interesse. Dizem que “os humanos são mais assustadores que fantasmas”. Podemos realmente dizer que essas histórias são mais cruéis que o mundo em que vivemos hoje? Para nós, que sobrevivemos a notícias diárias chocantes e casos não resolvidos, essas histórias distorcidas oferecem um estranho prazer e consolo.
A palavra-chave de Coelho Maldito é “vingança”. Contudo, muitas vezes não está claro quem é o inimigo a ser vingado, e mesmo após a vingança, ninguém parece encontrar felicidade - esse é outro traço distintivo da obra. O presidente da cervejaria que espalhou rumores maldosos para destruir um concorrente (Coelho Maldito), o marido hipócrita que pregava uma “vida alternativa” (Lar, Doce Lar*), o homem dominado pela ganância que levou sua família à tragédia (A Armadilha*) — todos acabam em uma destruição extrema. À primeira vista, pode parecer satisfatório, mas os castigos recebidos são meramente consequências de seus próprios atos, e não há garantia de recuperação para os feridos. A maldição lançada pela vingança retorna e a violência abre as portas para uma catástrofe compartilhada com novo custo.
Chung Bora afirma: “Não há uma lição ou mensagem especial que eu queira transmitir com o livro todo. Coelho Maldito é uma coletânea de contos de horror fantástico. Esse gênero pertence à literatura popular, que existe não para ensinar ou instruir, mas para entreter.”
No entanto, ao abrir este livro, nos deixamos levar pela diversão de um mundo estranho e arrepiante, e acabamos nos deparando com o desespero afiado de quem estende as garras àquele que o feriu, bem como com a firme coragem de seguir em frente sobre um mundo em ruínas.
Fonte: Kyobo Book
(*) Os títulos das obras ainda não publicadas no Brasil estão em tradução livre.
[RESENHA DA EDITORA BRASILEIRA]
Os contos presentes em Coelho maldito, livro finalista do International Booker Prize, transitam entre realismo mágico, folclore, horror, ficção científica e fantasia, partindo de elementos insólitos para narrar histórias assombrosas que tocam em temas profundamente reais. A coletânea é a primeira obra de Bora Chung, uma das mais notáveis escritoras sul-coreanas da atualidade, publicada fora da Coreia.
Em uma família cujos negócios consistem em criar objetos de maldição, o avô relembra um episódio envolvendo um amigo de infância e um abajur amaldiçoado em formato de coelho. Uma gestante precisa encontrar um pai para o filho o mais rápido possível, e evitar que a criança sofra consequências terríveis. Despertando no completo escuro após sofrer um acidente, uma professora confia na única coisa que tem por perto para levá-la de volta à luz: uma voz desconhecida.
As dez histórias que compõem Coelho maldito partem de imagens grotescas, assombrosas e incômodas para tratar, por meio de um olhar aguçado e impiedoso, da humanidade e da condição feminina. Uma das mais proeminentes escritoras sul-coreanas da atualidade, Bora Chung usa elementos fantásticos e surreais para refletir sobre os horrores e crueldades do patriarcado e da sociedade capitalista contemporânea.
“Com a linguagem concisa e eficaz de Chung, é impossível parar de ler.” - Tor.com
Fonte: Companhia das Letras